Recalcitrante



Os diálogos quase initerruptos - uma vez ela, uma vez ele - perderam-se na ordem do dia.

E passou um, dois, três dias sem nenhum sinal de vida.

A areia da ampulheta, aquela que desespera se compreendido seu devido valor, também escorria com uma velocidade impressionante.

A rotina lhe tirou de pauta.

Agora era assim: fazia o trivial e rezava por uma inovação

pluct, plact, zum

E já dizia a velha canção: não vai a lugar nenhum!


desde pequena, quando aprendi a gostar de Fernando Sabino, quis escrever um texto imitando aquele fantástico assinado pelo mineiro. Tá aí.

Conformismo

Os homens são todos uns cínicos.

Mas esse beijo aos 3´53´´, ah esse beijo!


http://www.youtube.com/watch?v=u6FwEJwwYcQ


p.s: éfodaessasporradezébucetadocaralho!

As bolotas - capítulo 129.

As bolotas fogueteiras não me deixam dormir.
Como resido solitária novamente no 601 do Marselha, resolvi me pesquisar no Google.
Não é que achei eu blog antigo? Hilário e vergonhoso ao mesmo tempo, a maioria dos erros de português e contextos dos posts me fez querer apagar o Juliana´s Theories - versão menos um. O problema é que, por conta de uma assinatura antiga do Globo.com, e cancelada há tempos, o bichinho ficou pairando no universo virtual (como tantas outras coisas). Será que é isso que eles chamam de lixo cibernético? hohoho.
Por outro lado, em um processo de autofagia elogiável por Oswald de Andrade, me deliciei em alguns trechos. Um deles segue abaixo.
Coisas que você deveria saber sobre mim:
Eu nunca estou errada. Quando estou, acho um fundamento
pra provar que não estou. Meu humor é sensível, coitado.
Eu sinto falta da minha família, da parte dela que já se foi.
Só eu posso falar mal da minha família.
Eu gosto de música triste.
Eu gosto de ficar triste às vezes.
Não sei me comportar, sai tudo errado.
Eu falo palavrão. Às vezes, eu me aflijo com situações da minha própria cabeça e chego a ficar brava com pessoas que estariam envolvidas nela.
Eu sou particularmente egoísta.
Posso estar magoada com uma pessoa, e ela nem desconfiar.
Eu não sei dizer eu te amo para as pessoas que eu amo.
Sempre paro pra pensar em lugares em que eu moraria se fosse mendiga.
Eu me sinto culpada por coisas que não são exatamente minha culpa.
Eu gosto de sanduíche de pão francês, bife e arroz.
Não sei se um dia vou ser o que pretendo ser, porque no fundo não tenho coragem de expressar tudo o que eu penso (acho que o mundo explodiria..).
Tenho ciúmes das minhas coisas e pudor nenhum de dizer.
Eu gosto de pessoas que sequer sabem meu nome.
Tenho a sensação de que não pertenço a Curitiba.
Não tenho concentração, não gosto de receber ordens, mudo, mudo, mudo.. mas vou ser sempre a mesma...

Ninguém me ama

Sigo eu em minha odisséia das bolotas.

Bolota um é a medicinal. Geniais as sensações que me proporciona. É como um foguete, quase que literalmente.

Bolota dois é essa vida de râmister na bolinha em que me encontro. Eu, o computador alheio, a internet e o microsoft office.


... ninguém me quer:

Fato é que aqui na bolha da Juju há bastante tempo pra tudo. Pra L.E.R, assuntos alheatórios, ligações, emails e meditação.
A meditação fica por conta daquele filme "Crepúsculo". O enredo fala de uma menina que vai morar com o pai. Lá, ela conhece um menino-vampiro. Eles se apaixonam e já não sabem viver um sem o outro.
O impasse é que ele vai ter 17 anos pra sempre. Ela, só até 2010. Ele tem inimgos mortais. Ela é presa fácil pra qualquer queda descuidada. E assim vai. plé plé plé.

Fiquei tão emocionada com "Crepúsculo", que nem o desânimo e mau humor (eu vivo de mau humor, né?!) usuais de domingo não surtiram efeito.
Tão feliz, tão romântico, tão o que qualquer mulher queria...
E então voltei pra minha bolotinha, mas, como diria Carrie Bradshaw:
- I couldn´t help wonder: when it comes to love, how far do we go?
Quanto a mim, eu não sei. Já passei um ano todo curando a ressaca de amor, amaldiçoando essa raça inoxidável que são os homens.
Hoje sou passiva, compulsiva, lunática e neurótica. Prefiro manter todas as minhas atmosferas bem dentro da cabeça. No fim, acho que acaba sendo "É mais fácil lidar com uma má consciência do que com uma má reputação", como já diria Nietzsche.

Never Think

I should never think
What's in your heart
What's in our home
So I won't
You'll learn to hate me
But still call me baby
Oh love
So call me by my name
And save your soul
Save your soul
Before your to far gone
Before nothing can be done
I'll try to decide when
She'll lie in the end
I ain't got no fight in me
In this whole damn world
So hold off
She should hold off
It's the one thing that
I've known
Once I put my coat on
I coming out in this all wrong
She standing outside holding me
Saying oh please
I'm in love
I'm in love
Girl save your soul
Go on save your soul
Before it's to far gone
And before nothing can be done
Cause without me
You got it all
So hold on
Without me you got it all
So hold on
Without me you got it all
Without me you got it all
So hold on
Without me you got it all
Without me you got it all
So hold on

Estudo liga infidelidade de mulheres a hormônio

Da Folha de Londrina
Mulheres com concentração mais elevada de um hormônio ligado à auto-estima que as faz se considerarem atraentes têm mais chances de ter casos.
Mulheres com uma concentração mais elevada de um hormônio ligado à auto-estima que as faz se considerarem atraentes têm mais chances de ter casos extraconjugais e de trocar de parceiros com freqüência, segundo estudo realizado nos Estados Unidos. A pesquisa da Universidade do Texas em Austin relaciona o nível de auto-estima com a quantidade do hormônio estradiol - as mulheres com mais desses hormônios tendem a se considerar mais bonitas e a serem consideradas mais atraentes por outras pessoas. Os cientistas afirmam que essas mulheres têm a tendência a se sentir menos satisfeitas com seus parceiros e menos comprometidas com eles, em um comportamento que os autores do estudo chamam de "monogamia oportunista em série". Segundo eles, isso se deve a um "instinto" de buscar parceiros com mais qualidades. Bons parceiros "Na natureza, é difícil conseguir um parceiro que seja ao mesmo tempo um bom provedor de estabilidade para a família e que tenha bons genes para procriar. Por isso, muitas mulheres alternam um relacionamento mais duradouro com aventuras com homens mais atraentes", explica a psicóloga Kristina Durante, a principal autora da pesquisa, publicada na revista Biology Letters, da Royal Society. "Já as mulheres mais bonitas demandam mais os dois tipos de recursos por parte do parceiro e procuram um padrão de qualidade que às vezes é difícil de conseguir." Segundo Durante, é por isso que muitas mulheres não se sentem obrigadas a se comprometer com um parceiro se outro com possíveis melhores qualidades se torna disponível. O hormônio estradiol está ligado à fertilidade e à saúde reprodutiva da mulher. Estudos realizados no passado mostram que o estradiol alimenta o desejo de poder em mulheres solteiras. Segundo essas pesquisas, aquelas mulheres que não tomam pílulas anticoncepcionais estão ainda mais vulneráveis ao hormônio. Duradouro Para o estudo da Universidade do Texas, os pesquisadores analisaram os hormônios presentes na saliva de 52 universitárias com idades entre 17 e 30 anos, em dois estágios de seu ciclo menstrual. As voluntárias também falaram sobre sua história sexual e avaliaram sua própria aparência. A seguir elas receberam notas no mesmo quesito de outros jovens estudantes de ambos os sexos. "As voluntárias com maior nível de estradiol tinham mais histórias de paqueras e de casos com outros homens além de seu parceiro fixo", disse Kristina Durante. Mas elas também se mostraram mais envolvidas em relacionamentos duradouros do que em romances passageiros ou "ficadas". "Essas mulheres parecem adotar uma estratégia de 'monogamia serial', em que buscariam sempre um parceiro melhor para a reprodução", explica a psicóloga. "Não é o sexo casual que as interessa."

HISTÓRIAS

O ateu e a lentilha
por Diego Ribeiro

Como eu não fiz nada que pudesse aumentar minhas possibilidades de sucesso no ano de 2009, há aqueles que ultrapassam os limites e parecem querer levar a sorte do mundo consigo. Pior. Dizem em não acreditar em sorte, Deus, ou qualquer coisa que tenha um tom metafísico, mas comem lentilha, comem uva e pulam ondas. É o ateu que come lentilha na virada do ano. Ele é meu amigo. Foi o principal personagem da noite de Ano Novo naquele ano. Passávamos a virada em Itapema. O Rodrigo diz não acreditar em Deus. Inteligente, ele é um jovem empresário bem sucedido de Curitiba. Não acredita em Deus, mas acredita que comer lentilha no Ano Novo lhe trará riqueza. Talvez, nem acredite tanto, mas se previne. Caso seja verdade, ao menos, ele fez a parte que lhe cabia. Rodrigo chega a brigar com todos na mesa do jantar para defender sua tese da não existência de Deus, mas ele se vestiu de camiseta cor salmão, para não falar rosa (que me perdoem os fashionistas), para encontrar um amor, bermuda branca e tênis All Star branco, em busca de paz, e comeu 12 uvas para cada mês pulando três ondas no mar. Sim, mas ele não acredita em Deus. Para ele, Deus não existe. Entretanto, o rapaz obrigou outros dois amigos a comerem lentilha. Afinal, seus amigos também merecem ficar ricos. Meu amigo comeu leitão na ceia de Ano Novo. Dizem que como o porco fuça muito empurrando tudo para frente significa desenvolvimento. Rodrigo está namorando, apaixonado, a Camila. A camiseta rosa, pelo jeito, ajudou. Ainda não está milionário, mas está quase lá. Sobre a paz, deve ter alcançado. Ele não acredita em Deus. É o ateu que come lentilha no Ano Novo.


COMPLEMENTO: O "Rodrigo", que passou o ano novo lá em casa, insistiu para que os convidados fossem todos passar a meia-noite na praia, mas não quis abrir mão do pote de lentilha. A solução foi levar cumbuquinhas de lentilha para a praia. Resultado: a Dona Sylvia tá procurando até hoje os potinhos de sobremesa...

A la Michael Jackson

Novo look de Dilma Roussef.
- Ahhh, agora sim eu voto nela!

Mais uma Marte X Vênus

Ela passou o primeiro dia empacotando todos os seus pertences em caixas, engradados e malas. No segundo dia, ela chamou os homens da transportadora que levaram a mudança. No terceiro dia, ela se sentou pela última vez na bela mesa da sala de jantar, à luz de velas, pôs uma música suave e se deliciou com uns camarões, um pote de caviar e um garrafa de Chardonnay. Quando terminou, foi a cada um dos aposentos e colocou alguns pedaços de casca de camarão, besuntados com caviar, nas cavidades dos varais das cortinas. Depois ela limpou a cozinha e se foi. Quando o marido retornou com a nova namorada, tudo estava um brinco nos primeiros dias. Depois, pouco a pouco, a casa começou a feder. Eles tentaram de tudo: limpando, lavando e arejando a casa. Todas as aberturas de ventilação foram verificadas à procura de possíveis ratos mortos e os tapetes foram limpos com vapor. Desodorantes de ar e ambiente foram pendurados em todos os lugares. A empresa de combate a insetos foi chamada para colocar gás em todos os encanamentos, durante alguns dias, durante os quais tiveram de sair da casa, e no fim, ainda tiveram de pagar para substituir o caríssimo carpete de lã..

Nada funcionou.
As pessoas pararam de visitá-los.
Os funcionários das empresas de consertos se recusavam a trabalhar na casa..
A empregada se demitiu..
Finalmente, eles não suportavam mais o fedor e decidiram se mudar.
Um mês depois, apesar de terem reduzido o valor da casa em 50%,eles não conseguiram um comprador para a casa fedorenta.
A notícia se espalhava e nem mesmo corretores de imóveis locais retornavam as ligações.
Finalmente, eles tiveram de fa ze r um grande empréstimo do banco para comprar uma casa nova.
A ex-esposa ligou para o marido e perguntou como andavam as coisas.
Ele disse a ela o martírio da casa podre.
Ela escutou pacientemente e disse que sentia muitas saudades da casa antiga e que estaria disposta a reduzir a parte que lhe caberia do acordo de separação dos bens em troca pela casa.
Sabendo que a ex-mulher não tinha idéia de como estava o fedor, ele concordou com um preço que era cerca de 1/10 do que valeria a casa. Mas só se ela assinasse os papéis naquele dia mesmo. Ela concordou e, em menos de uma hora, os advogados deles entregavam os documentos.

Uma semana depois, o homem e sua namorada assistiam, com um sorriso malicioso, os homens da mudança empacotando tudo para levar para a sua nova casa... incluindo os varais das cortinas.

Caráter


Mas que putinha é essa que sai por aí prometendo pedaços de sua alma?

... ou será que ela é só romântica demais?


Serendipity

From Wikipedia, the free encyclopedia

Serendipity is the effect by which one accidentally discovers something fortunate, especially while looking for something else entirely. The word has been voted as one of the ten English words that were hardest to translate in June 2004 by a British translation company.[citation needed] However, due to its sociological use, the word has been imported into many other languages (Portuguese serendipicidade or serendipidade; French sérendipicité or sérendipité but also heureux hasard, "fortunate chance"; Italian serendipità; Dutch serendipiteit; German Serendipität; Swedish, Danish and Norwegian serendipitet; Romanian serendipitate).
Agora, segundo o tradutor do word. (isso tb é super divertido de fazer com o Babel Fish, do Altavista) :
Serendipity é o efeito pelo qual se descobre acidentalmente algo afortunado, especialmente ao procurar algo mais inteiramente. A palavra foi votada como uma das dez palavras inglesas difíceis de traduzir em junho 2004 por uma companhia britânica de tradução. Entretanto, devido a seu uso sociológico, a palavra foi importada em muitas outras línguas languages (Português serendipicidade ou serendipidade; Francês sérendipicité ou sérendipité but also heureux hasard, "fortunate chance"; Italiano serendipità; Alemão serendipiteit; Serendipität; Sueco, dinamarquês e norueguês serendipitet; Romeno serendipitate).


bom humor matinal



O dia não poderia ter começado melhor - um sonoro "BOM DIA, ESTÁ UM LINDO SOL EM CURITIBA, SÃO 9 HORAS" da rádio anunciava uma ponta de otimismo, bem daquele rotineiramente destestado.
- Tudo bem, também não sou o Gargamel da história, embora seja um dos meus personagens favoritos.
" Go with the flow", pensou.

E assim foi. Casa vazia, alguns ainda de férias, outros já tinham se levantado. Nada como começar bem uma manhã num silêncio deslumbrante, acompanhado com um dia frio de sol.

Parecia que, mesmo com tanto pra fazer e sendo janeiro (mês do ponto alto do verão), a conjunção era favorável.

Chegou à cozinha em seu traje favorito: camiseta e calcinha... ninguém pra reclamar, ninguém pra julgar ou pra medir as persistentes marcas...nem o novo creme havia funcionado!
Mas era mais uma boa notícia: a xícara nova de ovelinhas, linda, esperando para ser inaugurada com uma bela dose de café preto.

Mas o silêncio imperava demais, quase um ditador...

- Hoje não é dia da Neusa vir? - indagou alto...

Não veio... mesmo assim, havia mais uma boa notícia em menos de uma hora: o café da garrafa ainda estava quente...

A melhor das três mereceu um pulinho ridículo e um "oba" infantil...

Seguiu a caminho da porta de trás, em busca das notícias de ontem. Boas notícias, nada demáss. Bob brigando, imprensa ridicularizando, gente morta em Gaza, Mr. Mayor mandando ver, início da oficina de música... bla bla bla.

Foi então que lembrou que não era segunda, mas era dia de regime sim.

Não só pelo simples fato de a matriarca estar na praia e ter abandonado suas crias à própria sorte, ou pior, própria culinária, mas porque ela havia ganhado de uma amiga uma caixinha de bolotinhas mágicas, aquelas que vendem beleza em forma de desmanche de lipídios. SIM! Era a solução que ela procurava para uma das suas resoluções. HÁ! Quem disse que eu não consigo emagrecer? Agora vai!

Leu a bula mais ou menos. Amedrontou-se com a tarja preta na caixa, mas pensou naquela imagem horrenda do último lance de biquíni no espelho cruel e tomou a pílula com goles de coragem.

Incrível, como até nessa hora, foi capaz de fazer piada. Lembrou da amiga aconselhando: "Não beba, é um por dia e tem que ser de manhã, senão não dorme". Havia observado - quer dizer então que isso aqui diluído com gelo é melhor que Absolut?

Seguiu para a nova rotina.

Trabalho escravo em casa.

Senta essa bundinha semi-jovem no PC e manda bala minha filha, que essa água tá quase mais em cima que a dos desabrigados de Santa Catarina.

Se instalou confortavelmente numa cadeira antiga, de mau gosto, bordada pela falecida avó, que nada tinha a ver com a decoração do quarto e leu... leu das 10 às 17, só com pausa pro chá verde.

Pensou que estava seguindo os passos da jovem cantora da dupla The Carpenters (é assim?). "Ai, essa dieta do líquido é boa", pensou, prepotente, no alto das suas 5 horas de regime. "Já me sinto mais leve".


Aí passou a tarde, e o pobre vira lata - entediado - dormiu em todos os cômodos da casa, enquanto ela viajava em sua odisséia virtual.


A tarde passou e, durante o período, ela tornou-se uma ignorante.

Ignorou o mundo e o barulho, fechando a janela.

Ignorou a fome, tomando água.

Ignorou chamadas.

Ignorou pedidos.

Ignorou até promessas.


E, assim como a luz do sol, os acontecimentos foram se ofuscando. E bastou o toque estridente da campainha pra ela voltar pro mundo real... E foi desse jeito, como um sujeira varrida pra debaixo do tapete, que tudo voltou ao normal.


Mas amanhã tem mais. Quem sabe a previsão do tempo não lhe revela surpresas...