B.H.

A lua é quase cheia, e eu vazia.
As coisas ditas são as executoras... e só elas.
Essa morte lenta, cruel é tão merecedora dessa história; por favor, apaga a luz?
Eu fui tudo o que você sempre quis ou o que você simplesmente não esperava?
Nunca houve fotos nas paredes ou conversas interrompidas pra provar o sentimento.
Você foi bem sucedido em tudo o que planejou: começo, meio e, principalmente, o fim.
Essa dor, essa falta de conclusão, esse desvio, provocação... ah, essa espera eterna me condena.
Aparentemente a vida é mais complexa do que parece.
Sinceramente? Eu não aceito esse desassossego!
Quanto custa o teu sorriso?
O que a minha alma não deixa ignorar: é isso que quero possuir.

Pós trauma


Marta Medeiros

Se não era amor, era da mesma família. Pois sobrou o que sobra dos corações abandonados: a carência, a saudade, a mágoa.

Um quase desespero, uma espécie de avião em queda que a gente sabe que vai se estabilizar, só não se sabe se vai ser antes ou depois de se chocar contra o solo.

Eu bati a 200 km por hora e estou voltando á pé pra casa, avariada. Eu sei, não precisa me dizer outra vez. Era uma diversão, uma paixonite, um jogo entre adultos.

Talvez este seja o ponto. Talvez eu não seja adulta o suficiente para brincar tão longe do meu pátio, do meu quarto, das minhas bonecas. Onde é que eu estava com a cabeça, de acreditar em contos de fada? De achar que a gente muda o que sente, e que bastaria apertar um botão que as luzes apagariam e eu voltaria a minha vida satisfatória, sem seqüelas, sem registro de ocorrência?

Eu amei a mim mesma naquela verdade inventada.

Não era amor, era uma sorte.
Não era amor, era uma travessura.
Não era amor, eram dois travesseiros.
Não era amor, era de tarde.
Não era amor, era inverno.
Não era amor, era sem medo.
Não era amor, era melhor.

No messenger


******** diz:



*latinha de merda

*pessoas que nascem com lata de merda no pescoço

*aí nao aguentam o cheiro

*e ficam olhando os outros por cima

*sabe cm?

:: Juliana :: diz:

*adorei

*vai pro meu blog

******** diz:

*hahahahahahaha

*sim

*senhora hope me disse

*minha psico

*contou esta história

*evitar pessoas assim

Time after time


Um ponto. Dois espaços. As madrugadas vão, marcam sua essência e se desmancham.
A água vai, tudo passa; e, afinal, pra que eu escrevo?

Essa integridade da qual sempre falo, ideia de que não funciona desse jeito, sujeito e predicado sinônimos de aflição.

A felicidade é uma vadia, ela bate às portas e entra nas que se abrem.

... Nem sempre é a hora, se espera ou sequer se busca

Há tanto que sigo cumprindo a minha sina; é como um grande escritório burocrático: carimba, passa, protocola, esteira; analisa, reprova - arquiva (morto).

Essas lentes antigas não servem mais, elas me prejudicam a visão.

E o cego, aquele mesmo que não quer ver? Deve ser tão feliz...

A minha parte eu fiz; a tal da metade - sem rancor.

No fim das contas, a vadia sou eu. Posso entrar?