Galinha bota ovos 'anticâncer' no Reino Unido


Animal geneticamente modificado foi criado pelo mesmo instituto que fez Dolly. Técnica pode baratear obtenção de proteínas de uso médico.
Pesquisadores britânicos conseguiram fazer com que galinhas geneticamente modificadas botassem ovos contendo substâncias que podem ajudar a combater o câncer. O novo método de obtenção pode ajudar a produzir essas futuras drogas em massa, elemento essencial para o estabelecimento de uma rede ampla de tratamento. O sucesso veio do Instituto Roslin, na Escócia -- mesmo órgão responsável pela criação da ovelha Dolly, o primeiro animal clonado a partir do DNA de uma criatura adulta. Os métodos atuais para a produção de proteínas com usos terapêuticos, como os anticorpos monoclonais utilizados no tratamento do câncer e da artrite, são caros e consomem tempo. A idéia de usar animais para produzir essas drogas em massa é potencialmente mais barata, mais rápida e mais eficiente do que os métodos tradicionais, mas até hoje os pesquisadores não foram capazes de otimizar a tecnologia. O estudo liderado por Helen Sang produziu aves transgênicas, inserindo em seus genomas trechos de DNA que codificam as proteínas farmacêuticas desejadas no meio do gene para a ovalbumina, proteína que compõe 54% da clara do ovo. Os pesquisadores então constataram que todas as claras desses animais continham proteínas terapêuticas funcionais. Mais especificamente, a miR24, um anticorpo monoclonal com potencial para tratar melanoma maligno, e o interferon humano b-1a, uma droga antiviral. Com a demanda por drogas de proteína terapêuticas em ascensão, a geração eficiente de animais transgênicos que podem responder pela demanda é um passo importante no desenvolvimento desta tecnologia. Entretanto, ainda levará muito tempo até que o esforço atinja resultados capazes de colocar um novo medicamento no mercado -- no mínimo dez anos, estimam os cientistas. O estudo sai na edição desta segunda-feira (15) da revista da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, a "PNAS".
Fonte: Editor G1

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