Chegou em casa exasperada. Pensou naquela frase do Cazuza: "Ah, vc não gosta de mim? Foda-se! Eu também estou por aí e sou MUITO mais gostoso".
Foi esse o velório que pensou ter prestado à última esperança.
Sentou em frente à sua máquina preferida de escapismo. Mudou de canal. Tentou entender essas músicas novas, até achar o show do tal do Rocco Deluca.
"É gatinho, deve tocar bem", pensou sem se dar conta do tsunami de carência.
Cansou, voltou ao quarto, onde tinha deixado tão neurótica-desencanadamente o celular na cama.
E não é que a luzinha de email/ mensagem cintilava?
Pegou o aparelho, como se nem ligasse pra mensagem que anunciava um possível sinal de vida.
Então, menidgando e, ao mesmo tempo, com o maior desdém do mundo abriu a mensagem.
... era da Claro, informando uma promoção imperdível.
Ela pensou, pensou, pensou.
Resolveu ligar.
- Boa noite. Eu quero cancelar AGORA essas propagandas estúpidas vcs ficam mandando pro meu celular.